terça-feira, 13 de abril de 2010

LANÇAMENTO EM 10/04/2010



MAIS DUAS FOTOS DO VITORIOSO LANÇAMENTO NO II JIRAU DA LITERATURA PARAENSE!

LANÇAMENTO DO LIVRO EM 10/4/2010


Primeiro agradecemos a todos que foram ao lançamento do EPIFANIAS.
As fotos agora postadas são um pouco do que foi o lançamento.
OBRIGADO MESMO!

domingo, 4 de abril de 2010

APRESENTAÇÃO DE JOEL CARDOSO PARA "EPIFANIAS"

“Ler um livro é sempre botar o dedo no gatilho”
Julio Cortázar


Quando cheguei ao Pará, no início de 2002, travei conhecimento com a obra de Alfredo Garcia Bragança e, desde então, acompanho com interesse, carinho e um respeito (que ao longo do tempo só fez crescer) as trilhas da escritura desse artista sensível e criativo.
Natural de Bragança, tradicional e encantadora cidade do nordeste paraense, o autor alia à sua faina de escritor, de contista refinado, com muitos títulos significativos no currículo, as atividades de jornalista, radialista e de professor do ensino superior.
Alfredo Garcia é detentor de uma prosa originalíssima e o conto, sua praia, constitui-se indubitavelmente na sua marca caracterizadora, o seu ponto alto. As peculiares situações do cotidiano ganham, na pena do autor, uma dimensão que extrapola os convencionais limites do episódico ou do regional. Embora reconhecível, não é mais o regional que, ao lê-lo, visualizamos. Se a identificação local se mostra como possível evidência, a marca do universal, sobrepondo-se, reveste e transmuta o que seria meramente regional.
Já com uma longa, respeitável e reconhecida tradição, para além do imediatismo simplista proposto por Mário de Andrade, em ‘Contos e contistas’, capítulo singular do livro O empalhador de passarinho, de 1938, o conto não é, como quer o ícone do nosso Modernismo, simplesmente aquilo que o autor convencionou chamar de conto. É, com certeza, muito mais. Com identidade própria, a difícil arte da feitura de um conto pressupõe e, mais que isso, requer, além do poder de síntese na arte narrativa de captar o episódico, um domínio técnico que, se não alcançado, frustra o leitor. Artista é aquele que, de posse do episódio a ser narrado, consegue, através da sua, tocar a sensibilidade do leitor, levando-o a ver até mesmo o que já conhece com outro e novo olhar.
O conto, pelos aspectos formais, apontando para novas trilhas, novas dimensões e ensaiando procedimentos estéticos inusitados, transformou-se na modalidade literária que mais se amolda às exigências da contemporaneidade. O fato de ser um texto com delimitações próprias não faz com que abdique da sua complexidade enquanto gênero. Aliás, é aí que reside exatamente a sua especificidade: em sendo de curta dimensão, como em um soneto, sem, no entanto, se deixar prender às amarras desta forma poética, deve dar, a contento, o seu recado, e transmitir integral e convincentemente a sua mensagem.
Alfredo Garcia está na plenitude de seu mister artístico. Transita com maestria e segurança nos domínios do conto. Conduz com sedutora habilidade a narrativa, dando-lhe a dimensão exata, quando valoriza, na curta extensão requerida por esse gênero difícil, o efeito único. O seu discurso, num registro preciso, é sempre ágil, fluente e, o mais importante, vem eivado de lirismo.
Dos textos, verdadeiros poemas em prosa (‘Natureza’, por exemplo), emergem os meandros trágicos (e ao mesmo tempo líricos) do cotidiano (vide ‘Estilhaços do dia na mesa de jantar’). Profetas diagnosticam o por-vir (como em ‘Zefa): loucura poética na (in)coerência da (des)razão. Mesclando oralidade e a tradição discursiva, ‘Passional’ prescinde, em favor do estilo, dos sinais de pontuação (marcas da (pós-modernidade). Destinos anônimos e trôpegos, em se entrecruzando, bebem o mundo naqueles copos sujos, e nós, ao mesmo tempo que nos reconhecemos, paradoxalmente, nos estranhamos ante aqueles estranhos homens no bar. No contraponto entre o sonho e a realidade, a rotina converte-se amiúde em um entrave à quimera (‘Príncipe’). Rompendo o vidro baço do cotidiano, em ‘O troco’, mini-conto, o desfecho vem marcado pela imprevisibilidade cotidiana do previsível.
A originalidade dos recursos estilísticos (verdadeiros achados, impactantes pérolas metafóricas) confere um toque todo especial à prosa de Alfredo Garcia. Entre outros contos que poderíamos citar, merecem, com certeza, destaque, no conjunto, ‘A mulher mais linda do mundo’, ‘Ocorrência’ e ‘Perfeição’
O presente compêndio reúne dois autores: o veterano Alfredo Garcia, o pai, e o menino H. G. Neto, o filho.
Novos tempos, novos paradigmas, novos olhares sobre as mesmas velhas coisas, apontando novos rumos, novas percepções, novas formas de dizer, de expressar. É sempre gratificante ver o despontar de um escritor. Toda gênese traz em si mesma o mistério da criação. Mistério da descoberta. Mistérios do vir-a-ser. Escrever é uma arte tão prazerosa quanto ingrata. Quem escreve está sempre em um confessionário. Escrever é desnudar-se, é se mostrar, é se expor, é estar no limite de si mesmo (como diria Clarice). Um livro, uma vez terminado, como um filho, não mais pertence a quem o concebeu. Ganhando identidade própria, envereda pelas trilhas do mundo, cai nas malhas (por vezes inclementes) da crítica, abre caminhos e fendas jamais pressentidos.
Nos contos que compõem a segunda parte do livro percebemos um diapasão diferente (mas não menos interessante). Marcados talvez por um certo desencanto, que se quer pessimista, o ritmo dos fatos apreendidos nas águas do cotidiano espraiando-se na extensão dos textos, é outro.
Quero, para finalizar esta apresentação que se quer, sobretudo, despretensiosa, deixar o registro da minha satisfação pela oportunidade de, como o ourives, aguçar a minha percepção estética ante este mostruário textual, composto por jóias literárias extraídas dos cascalhos do cotidiano de que sobrevive o conto. Como jóias, os textos tão bem refletem, no infinito universo da arte da palavra, os percursos e projetos promissores dos artistas que os criaram; refletem, ainda, as inquietações humanas (demasiadamente humanas) que oscilam entre o ameno e o inquietante, entre a realidade e a fantasia, entre o mestre e o aluno. Estes contos, estilhaços do gatilho disparado, afirmo, valem ouro. Quem os ler verá!

Joel Cardoso
Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

MAIS NOVIDADES!!

Muito bem, meus amigos... Novidades sobre o divulgamento do livro! No dia 8 de Abril, na rádio Cultura, haverá uma entrevista no programa "Jornal da Manhã", com os
autores Alfredo Garcia- Bragança e H.G. Neto. Sintonizem suas rádios na frequência
93,7 MHZ para ouvir-nos falar sobre nossa obra, EPIFANIAS, o processo de escrita,e o que ocorrer!
No dia 9, na Tv RBA, haverá outra entrevista, no programa " Em sua companhia" , às 7:30 da manhã. Liguem suas tvs no canal 13, e assistam a entrevista!
É só isso, por enquanto, meus caros. Manteham-se antenados neste blog, e rumo ao
grande lançamento!

H.G. Neto

terça-feira, 30 de março de 2010

RETORNO ÀS POSTAGENS

Olá Caríssimos!! Bem vindo de volta ao Blog epifanias!

Aparentemente, a última postagem aqui foi há muito, muito tempo... Mas isso será corrigido ao passar dos dias. Com o lançamento do aguardado livro EPIFANIAS cada vez mais próximo ( dia 10 de Abril, à partir da 17 horas, no Sesc da doca! NÃO PERCAM!!), encheremos este blog com notícias sobre a obra, críticas, e até mesmo sugestões de músicas, filmes e outros livros para entrar no clima de leitura de cabeça!

Para esquentar, fiquem com o release do lançamento. Vejo vocês em breve!


H.G. Neto



PARCERIA INÉDITA REÚNE PAI E FILHO EM LIVRO DE CONTOS

Com 24 anos de experiência na atividade literária, o escritor Alfredo Garcia-Bragança encara uma parceria inédita ao lançar seu 18º livro. Em “Epifanias” (Contos, Paka-Tatu, 2009) o companheiro de aventuras literárias é ninguém menos que seu filho Alfredo Garcia Neto, literariamente H.G. Neto, 22 anos, autor de nove narrativas que compõem o livro. “Esta é uma iniciativa balizada pelo ineditismo, até porque nunca na Literatura da região, ao que se saiba, foi publicado um livro reunindo pai e filho que escrevem no mesmo gênero, no caso o conto”, argumenta Garcia.
Tendo 17 livros anteriores publicados, sendo alguns por editoras como Lê (MG) e Paulinas (SP), premiações diversas (“O Livro de Eros” foi premiado pela Academia Mineira de Letras como o Melhor Livro de Contos do biênio 1999-2000), Alfredo encara com naturalidade esse novo “filhote” literário que chega, diferente de H.G.Neto, que lança sua primeira obra. “Para mim é uma continuidade natural de um trabalho que desenvolvo; para o Neto é uma grande novidade, uma oportunidade de mostrar seu talento e, mesmo que como pai eu seja suspeito para dizer isso, ele é muito bom contista”, afirma Garcia sem esconder o orgulho paterno.
O parceiro de Alfredo Garcia-Bragança em “Epifanias”, H.G. Neto, embora com pouca experiência na Literatura, já publicou em antologias. Em 2000, aos 13 anos, participou do livro “Minha Visão do Terceiro Milênio” e, em 2008, de “Cidade Velha, Cidade Viva”. É bacharel e licenciado em História pela Universidade Federal do Pará e se especializa em Arqueologia pela mesma instituição.
O lançamento de “Epifanias” será no dia 10 de abril, a partir das 17 horas, dentro da programação do II Jirau da Literatura Paraense no Centro Cultural SESC Boulevard (Boulevard Castilho França, 522/523).
CONTATOS:
Alfredo Garcia – 4009-8746 (manhã), 3263-0011 (tarde) e 9112-1112 (o dia todo).
H.G. Neto – 3263-0011 (manhã) e 8447-9429 (recados).

segunda-feira, 11 de maio de 2009

As Epifanias de um jovem escritor

Por Helder Bentes 04/05/2009 às 15h17 - http://www.orm.com.br/helderbentes/)

A palavra Epifania vem do latim epiphania e do grego epipháneia. Significa aparição ou manifestação divina. Pluralizada, a palavra nomeia o livro de contos do paraense Alfredo Garcia, escrito em parceria com seu filho H. G. Neto e que será lançado no segundo semestre deste ano, durante a Feira Pan-Amazônica do Livro, com o selo da também paraense Editora Paka-Tatu e prefácio de nada mais nada menos que Doutor Joel Cardoso, um dos maiores nomes do ensino da Literatura neste país.
Para fazer jus às Epifanias que o título da obra sugere, quero comentar e reproduzir um dos contos de H. G. Neto. Um conto dividido em partes que justificam o título '3 Extremos'.
Um personagem que, ao voltar do trabalho, assusta-se com uma possibilidade que, no mundo real, permeado por circunstâncias ordinárias, não assombra nem apavora. A narrativa vale pelo devir de uma surpresa que testa as expectativas do leitor. O caminho traçado por H. G. Neto daria muito trabalho ao pesquisador que se lançasse à aventura de desvendar os passos da imaginação de um leitor, na tentativa de preencher concretamente as lacunas deixadas ao longo do texto.
O outro extremo são as variáveis de enredo para três personagens: Tonho, Suzana e Carlos. Uma ampliação das possibilidades ficcionais, uma proposta de reflexão sobre as origens da literatura de ficção, um desafio às especulações possíveis entre as zonas limítrofes que separam a ficção da realidade.
Quando li esta 2ª história de 3 Extremos, pensei que esse limite pudesse ser a linguagem. Mas fui vencido por 'a mãe do menino parou de falar' e me lembrei de que o silêncio também é linguagem e, neste caso, fora o responsável pelos finais felizes das histórias inventadas. Lembrei-me também da profecia de Fernando Pessoa que agora se concretiza na carreira incipiente de H. G. Neto: 'O poeta [...] finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente'.
Talvez - eu disse TALVEZ - o cobertor azul desbotado da 3ª história seja o símbolo da infância perdida da personagem (E quem pode negar que uma infância perdida não seja uma dor real?) disfarçada na lembrança sugestiva do desenho do Pica-Pau.
Depois de ler este conto, não tive dúvidas de que seria um furo de crítica literária dedicar este post de 1º de maio a um autor que tem tudo para viver das letras, se outros trabalhadores (como nós) ensinarem seus filhos a apreciarem a boa leitura. Mas o que é boa leitura? Bem... Leiamos as histórias de 3 Extremos e o conceito de boa leitura fica para depois:

3 EXTREMOS

1. Ele chegou do trabalho debaixo de uma forte chuva, ensopado. Abriu a porta e chamou pela mulher. Estranhou ela não vir atendê-lo, mas aí lembrou-se: ela estava na cama, impossibilitada de fazer qualquer coisa. Foi para a cozinha servir-se de um drinque.
Estava bebericando um martini quando ouviu o ranger no andar de cima da casa. Aterrorizou-se: Mas como? A mulher estava na cama! A não ser que... A simples idéia o enchia de pavor. Esbaforido, largou o copo às pressas, deixando-o se estilhaçar no chão. Subiu correndo as escadas e chegou ofegante ao quarto onde estava sua mulher. Tremendo, ligou a luz e relaxou. Que susto tivera! Mas estava tudo bem: A mulher ainda estava morta na cama, o sangue agora já seco nos lençóis. Calmamente, o homem tirou a roupa ensopada e deitou-se ao lado da esposa.
2. “Tonho era um príncipe encantado que um dia conheceu Suzana, a princesa aprisionada no castelo do malvado barão Carlos. Depois de uma luta feroz, Tonho resgatou a princesa, e o Barão se arrependeu, e todos viveram felizes para sempre.”
Ou:
“Tonho era um espião que se apaixonou pela bela Suzana, uma garota em perigo nas garras do perigoso Carlos. Após muitas aventuras e perigos, Tonho salva Suzana e perdoa Carlos, arrependido dos crimes.”
Ou então:
“Tonho, garoto pobre, apaixona-se por Suzana, a filha do milionário Carlos, que o detesta. Após muitos desencontros, Tonho conquista o coração de Suzana e a confiança de Carlos.”
Essa última é a favorita do menino, mas ele gosta de todas, menos de uma que os adultos contam, em que o Seu Carlos, aquele senhor gordinho e risonho, mata o Tonho (o irmão do menino) e Suzana (filha do Seu Carlos), que chegavam de mansinho à casa dela. Tão de mansinho que seu Carlos pensou que fossem assaltantes e atirou.
Não. Dessa história o menino não gosta. Só gosta de histórias sem morte. Por isso, desde aquele dia em que a mãe do menino parou de falar, ele cria histórias com Seu Carlos, Tonho e Suzana. Todas elas com finais felizes.
3. Enquanto o padrasto entrava lentamente em seu quarto, a menina sentiu aquela coisa ruim que sempre sentia naqueles momentos. Teve, como sempre, vontade de chamar a mãe (ela estava bêbada), de gritar (ele bateria nela), de chorar (pra quê ?). Por fim, decidiu-se, como sempre, enquanto mãos grandes e sebosas retiravam seu cobertor azul desbotado: começou a lembrar-se de um desenho do Pica-Pau que vira pela manhã.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

PLIMPLIM! COMERCIAL POPULIVROS...


Este livro é o terceiro de uma trilogia que vem sendo construída pelo autor desde 1995 com Memórias do Quintal (Paka-Tatu, 2ª edição, 2002), somando-se em 1999 a Contos do Amor em Flor (Paulinas 2ª edição, 2006), conjuntos de narrativas nas quais o autor mapeia com sensibilidade este mundo sem fim que é o das vivências de meninos & meninas, com seus medos e assombros, suas pequenas felicidades cotidianas, suas revelações e ocultamentos.
O autor dá continuidade a uma arqueologia sentimental que vai buscar no seu país mítico da infância a fonte de muitas histórias, autobiográficas ou não. Basta ler L’amour c’est comme un jour, Menino diante da morte, Alumbramento, Caro Primo e Quixote para constatar a beleza dos textos narrados por Alfredo Garcia-Bragança, escritor que o grande contista paraense Ildefonso Guimarães disse ser “capaz de gerar emoções estéticas só com a mágica tessitura das palavras”.


O LIVRO PODE SER ADQUIRIDO DIRETO COM O AUTOR POR R$ 15 PELO TELEFONE 3263-2342 E 8827-1993.