quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

NATUREZA


Lua que aparece pela metade na janela.
Aranhas tecem o fio do descaso no teto.
No lugar do rosto de Judas há um buraco visível. Traças na Santa Ceia.
O olho roto de um homem de pincenê contempla a rua.
Um silêncio atravessa a paisagem enquanto o vento silva pelas frinchas das janelas.
No vaso, as margaridas murcham.
Um homem olha a paisagem.
De longe ele parece estar na paisagem.
Parece ser a natureza, ele.
Uma natureza-morta.

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