quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

MÁSCARAS


Detrás da máscara não viu o sorriso.

Era Carnaval, a liberdade trançava as pernas, bêbada, pelas ruas cobertas de confete e serpentina.

Dançaram até o dia arrebentar em cores.

Ele pensava na singularidade da vida. A parceira era um bloco só de mutismo.

Nenhuma palavra até tudo se acabar na quarta-feira.

A fantasia de pirata dele já se esfacelara.

A da parceira era um deslumbre de incoerências, alguma coisa como Deusa Egipcíaca da Beleza na Crepuscular Selva Amazônica.


Tomaram o táxi em silêncio, varrendo os pneus o lixo e o odor de mijo e esperma das ruas.

No quarto do motel tiraram as máscaras.

Ela era Hermenevaldo, transexual.

Pouco importa, disse ele. Era tarde, estava apaixonado.

Viveram felizes até o amanhecer seguinte.

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