Esperava o Grande Amor.
Por toda a sua vida se prepararia para tal espera.
Ele viria, ela conjeturava. Ia demorar, dizia, enquanto olhava a cidade preguiçosa no sábado, casarões esparramados pelas ruas pequenas que iam dar no rio.
Muito tempo se passou, o rio correndo célere, sem que o Grande Amor viesse. Casarões já haviam desabado, amigos e parentes morrido. Ela esperava.
Um dia, coração em descompasso, sentiu que era ele, o seu Grande Amor, que subia a rua, o toc-toc dos sapatos nos paralelepípedos. Mais que depressa se pôs à janela.
Por lá ficou, hirta, traída pelo coração, frágil bibelô, que não suportara espera tão demasiada.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
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