segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O EMPINADOR


Nas tardes quentes de julho era visto com linhas, cerol, latas pequenas, arsenal que carregava com ele pelo bairro.
Ágil, cortava qualquer adversário. Era o Rei do Firmamento, majestade das pipas, rabiolas, cangulas, papagaios.
Certa feita notou que os seus dedos iam se arredondando como... carretéis e as mãos ficando ásperas, qualquer contato dele com a pele de outrem era corte certo.

Um dia saiu para empinar no descampado. Só se ouviu o grito da molecada depois:
- Lá vai ele!
Era o próprio empinador subindo numa espiral ascendente rumo ao céu. Ia ao encontro das nuvens.
Agora sim, podiam dizer que ele era o Rei do Azul.

Nenhum comentário:

Postar um comentário